A maioria dos municípios de Mato Grosso não destinou recursos para ações de prevenção a crimes e a proteção de mulheres vítimas de violência doméstica, de acordo com auditoria divulgada nesta quinta-feira (11) pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).
A Associação dos Municípios de Mato Grosso (AMM) disse, em nota, que tem orientado e apoiado iniciativas de prevenção e enfrentamento ao feminicídio. Disse ainda que vai reforçar a importância desse tema em um comunicado às prefeituras.
A auditoria analisou dados de 2023 a 2024, quando o estado registrou a maior taxa proporcional de feminicídios no país, sendo 2,5 casos por 100 mil habitantes.
Os técnicos do TCE identificaram várias falhas no enfrentamento a esse tipo de crime nos municípios. As estatísticas mostram que 96% dos municípios não têm plano de metas contra a violência doméstica, e 82% não criaram um fundo municipal da mulher, responsável por gerenciar recursos para programas e ações. Outros 70% não têm rede de enfrentamento formalizada.
Outro ponto de atenção levantado pela auditoria mostra vários problemas no atendimento às vítimas, como falta de delegacias especializadas.
Nos casos em que há uma delegacia, o horário de expediente não atende às necessidades. Apenas em Cuiabá a delegacia da mulher fica aberta 24 horas.
Além disso, mais de 70% dos municípios não têm viatura exclusiva para o atendimento às vítimas e nem um botão do pânico.
O feminicídio é um assassinato praticado contra uma mulher, especialmente pelo fato da vítima ser mulher, motivado por violência doméstica ou discriminação de gênero.
O TCE ainda fez 82 recomendações e 11 determinações ao governo estadual e aos municípios, com prazo de 90 dias para apresentar um plano com ações de enfrentamento à violência contra a mulher.
Nesta semana, o governo estadual anunciou a criação de um gabinete integrado de enfrentamento à violência contra a mulher, que ficará sob a coordenação da delegada Mariel Antonini.
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